DAN GUSTAVO

O EXPRESSO DE RETIRO IV(ÚLTIMA PARADA)

As trompas magnéticas à sombra de um estandarte nebuloso...
A patrulha do amor e a locomotiva do Seu Eliezer; segue se quiser!
Criaturas cintilantes, místicas e míticas que rompam junto a aurora... 
rompam as pupilas sonolentas abrindo-se num entresonho!
Piuí Eliezer... chega onde quiser, some nas brumas do próprio vapor... 
vapor de Mérilin numa superfície lá atrás e o vaporento vestido que a câmera de segurança e censura \'não pegou\'!
Shiva com a saia indiana de Dona Helane Sias... saia bailarina em sua dança cósmica!
Ele ganha um anel e um aperto de mão do braço de Saturno, e um caloroso abraço do sol ao término desse balé astral!
A saia bailarina e indiana daquela professora de português é então devolvida!
Saia didática(me ensinou a ser poeta), de língua portuguesa, padaria, pão de Seu Malaquias, pas de deux de borboletas monarcas dissidentes da monarquia francesa teorizando um caos, 
e a magnólia na sala de estar \'magnificando\' o propício desencadear de auroras... de auroras mil num novo rompante boreal da Super Nova de abril!
Me dá aqui esse pão...! 
É pra viagem com o seu Eliezer em seus trilhos do futuro! 
Me passe a bola da vez, tire esses sapatos do muro, não há lugar como o nosso lar, não há ó gente, ó não... 
volta para lá outra vez, um mito poseidônico me faz desbravar oceanos com \'caudas de borboletas\' que parecem fadas, sereias \'senhôras\' ninfetas! 
Sou o ilógico falando para chegar a conclusão de um tudo-nada!
Um sonho erótico para molhar a estação, para limpar de vez aquele borrão que foi deixado por um pensamento vil que esqueceram por aqui! 
Alguém fingiu que não viu... relaxo da forma que acho, que quero e me desfaço feliz! 
Eliezer desce do trem, você do sonho e entresonho trazendo as primazias e ambrosias que lá deixei - nenhum anjo mexeu - vamos, amor...! 
Tá na hora de ser feliz! Não tem hora, tem sempre! Última chamada!
E então segue o trem do Seu Eliezer sendo seguido pelo Expresso de Retiro do Muriaé cuja sineta é do mesmo som do sininho de um \'Bico\' de Shangri-la!
E cruza \'encruzas\' e portais do amor!
Tem orvalho na janela, tem \'ente\' esperando... não vou desapontar o tempo que me leva, me joga, me traz, e contente me faz com cada romper de estação! 
Cuidado com o amor que ele vem mesmo... piuí Eliezer, o Abu-Be-\'quer\'... o pão do Seu Malaquias que voa pela janela, pão que a Dalva da padaria nos deu ontem, e dormido desperta com aquela paixão por aqueles \'shorts-saias\' que usavas! 
O Brahma brama com grifos latentes em auroras efervescentes que minam dum vasto submundo abissal dum planeta azul de água e sal onde se calca, flutua e anda na órbita à margem! 
Mulher-anjo de camisola com cheiro de cama, xedô e de ninfa casada e cansada de tanto saltitar pelas estâncias poéticas...! 
Uma musa e amada imortal para me agraciar com o seu amor e me fazer poeta! 
Árvores, praças, coretos, praias secretas, \'Piuí Guarapari\', pontes, pontilhões, Araguari, \'Maranhão-Piauí\', dunas e rios nunca dantes... o \'bojador\' de Gizele Portugal, castelos de areia com móveis planejados, discos voadores, um espectro solar e Lili do Muriaé embaixo desse arco-íris...!
Uma meia-lua descascada e sua casca de banana pelo chão, uma \'ex maquina\' de fazer algodão doce responsável pela cerração... aqueles poemas que dei para Adélia também espalhados ou jogados pelo chão da rede mundial a fora, as saias do Carmela, seu pendor e xedô \'poeticamente importunadas\'! 
A gramática sendo assaltada e Dona Helane barbarizada junto com suas conjunções adverbiais por versos bárbaros e cheios de hidromel da poesia... depois da aula exatos 26 anos passados, a mesma idade que a mesma tinha(talvez)!
Num pasto próximo, um rebanho de sátiros comia a sua saia indiana acompanhado do sumo do que restava na lembrança daquele borogodó! 
Essa Mulher do Carlito que usa uns shortinhos em seu portão lá na esquina... uma estátua de um deus decepado nos acenando, o Dedo de Deus em Teresópolis, um homem cortado em dois, o pequeno Miraí, Jaçanã, Ouro Preto... Um Deus do amor e os demônios da paixão tentando quem possa cair! 
Eu, você e nosso amor num \'trole de mão\'! 
Pelos vestidos de Sandra Reis... mafagafos me mordam! 
Tudo isso só na minha janela e pelo caminho do trem do Seu Eliezer! 
Que finalmente junto ao Expresso de Retiro do Muriaé chega ao seu ponto final apesar de parador, apesar dos barrancos, trancos, espasmos e descarrilos gramáticos, e com seus pilotos ou \'maquinistas automáticos\' que ejetam, 
e de paraquedas \'sobressaltam\' bem do âmago e córtex dessa lira desenfreada! 

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