NA BEIRA DA ESTRADA UMA NAÇÃO
Sentei-me a beira da estrada e pensei!
Eu também vim de lá dos pátios do Colégios
Onde no mastro ao alto tremulava a bandeira
E em ordem unida vozes cantavam belos hinos
Sentado à carteira rabiscada, história aprendia
A professora era mestre, e sim, a segunda mãe
À meus pais tomava a bênção antes de dormir
E ao mostrar-lhes as notas azuis,
elogios recebia
Eu também vim de lá das bandas e fanfarras
Com cabelo bem aparadinho repicava o Tarol
Tudo bem ensaiadinho para o dia da parada
A farda verde e branca era de todas a mais bela
As balizas iam à frente saltitando, coisas de meninas
Orgulhosos pelo feito nos sentíamos artistas
A plateia toda animada e em pé nos aplaudia
Garotos e garotas ali sendo o futuro da nação
O que você vai ser quando crescer? Nos perguntavam
Com todo o respeito aos mais velhos dizíamos: doutor
Sentei-me a beira da estrada e pensei!
Muitos desses que por aqui agora passam, de lá também vieram
Trazem consigo sonhos que tinham nos pátios dos Colégios
Indo e vindo vão de encontro aos seus destinos
Quem sabe! Uns doutores ou simples cidadãos
Uns conservadores dos bons princípios, outros não
Com sentimentos e visões diferentes transitam pela estrada
Penso! Juntos seguem, uns a construirem e outros a destruirem uma nação.
Cláudio Reis