Uma árvore, espalhando o seu orvalho ao iniciar do dia
O sol está chegando, a luz começa a aparecer na janela
Se a minha vida fosse uma história, seria tão cômica se não fosse trágica
Um homem sentado em um banco de pedra, olhar apagado, expressão de paisagem, violino ao lado....esse sou eu
Toque o violino no meio da noite, no entardecer ou no amanhecer
O ritmo que toca o meu coração, o som do violino, passando pelos meus ouvidos
Sim, eu sou o único em uma sala de estar, vidraças me observam, o assoalho ecoa, sou o próprio maestro
Dessa sinfonia que o meus telespectadores são inanimados
As cordas da minha vida balançam demais
E eu sinceramente não gostaria de ter que correr atrás
Não olhe para trás, não se esconda em seus fantasmas, não deixe a vela apagar
Quero ficar sóbrio em um mundo que me deixa embriagado
Quando vejo a publicidade que se autoconsome
Me pergunto porque deveria valer mais dinheiro do que pessoas
Ser escravo das próprias vontades, se acomodando na própria culpa
Será que se acostumou com a própria dor? Será que tornou suas mentiras em verdades?
Muitas vezes parece ser fácil, apontar que eu estou tocando mal
Que a minha melodia é pior ou igual a qualquer outra
Mas, você já tentou ver o outro lado da moeda?
No fim, você não está na minha pele, não conhece os buracos na mente de cada um
Meu batimento cardíaco é o que me faz lembrar que ainda estou vivo
Se eu cortasse a nossa ligação, se eu não deixasse recado, você iria lembrar de mim? Você iria procurar por mim?
Não...não irei me lamentar, queria não ser dependente de alguém...
Mas, apesar de tudo, eu ainda quero tocar meu violino
Com alguém, sozinho...não faz diferença, porque eu estou ao som do violino....