Diferente de tudo,
compadecido de todos,
frugal, ativo
e necessário,
coloco sobre a mesa
de pensamentos
naquela que me primariza como
bom.
Não basta saber,
bem ocultar,
falar aos sussuros,
pensar,
só medrar,
ávido e cativo.
Na minha porta de cedro
aguardo as repentinos
que surgirão na leve
madrugada.
São sonhos vizinhos,
imagens sem tempo,
figuras,
ocultadas
no fundo do vazio,
muma hora que nunca existiu,
num tempo que morreu,
sem velório de lágrimas,
assim, como se abana
o tempo devedor
com a carícia de lástimas.
Hoje somos apenas vizinhos
de duas portas:
quando ela abre seu portal
de distância,
eu abro minha muralha
de pedras.