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Ema Machado

Anjinho caído…

Anjinho caído…

Ema Machado

 

Faces rosadas, olhos afogados

Sondei, não queria conversa…

O anjinho parecia derrotado

Entristecido, sem vontade ou pressa

E eu, não querendo vê-lo ali debruçado

Fui logo dando um ultimato:

Nada de desânimo, dê-me um sorriso largo!

Olhou-me sem reação

Com aquele olhar afogado

Pensei…

Tão pequenino, e já encucado!

 

Eles perdem as asas, até mesmo o brinquedo

Não dão tanta alegria, não a têm procurado

A infância anda perdendo espaço 

E anjos se entregam ao medo…

Ah! Se pudesse, seria uma fada

Usaria minha instrução, realizaria uma mágica

Nenhum anjinho na terra

Conheceria tristeza, tão pouco a mágoa…

Detesto, vê-los sem asas!