Sou uma emancipação de mim mesmo.
Planto, rego e cultivo o lirismo em mim
E belíssimas flores despencam no solo.
O aroma silvestre recolhe as emanações
Traduzindo as etiquetas que pairam no ar
E consome vendavais de uma sensibilidade
Autotrófica. No curso e no enlevo do ritmo
Há emoções que singram o exterior e são
Deificadas pelo extrato das folhas sisudas
Que espalham seu esplendor onírico no éter.
Sou uma emancipação de mim mesmo...
Recolho de longos galhos sintomas de amor,
Mas enclausuro caules recheados de espinhos
A fim de que no tronco úmido das averbações
Pessoais possa eu desinibir o vácuo poético!
DE Ivan de Oliveira Melo