Não sei se eu vou
Ou se eu fico
Se permaneço imóvel
Nos pensamentos sórdidos
E inconsequentes criados
Na minha própria mente
Vazia mas tão afora de euforia e desejo
Apenas resta incerteza e melancolia
Não sei se o sol se põe
Como se punha antigamente
Ou se os seus raios ardentes
Ainda me trazem alegria
Se as estrelas longínquas e brilhantes
Realizam meus desejos
Ou se a brisa no fim da tarde
Tem a mesma calmaria
Não sei se sou boa sou se sou má
Ou se me perdi na afronesia
Com esse mundo tão anárquico
De paixão e empatia
Não sei se amo ou se odeio
Tornar-me oque eu mais temia
Se eu planejo ou se eu deslembro o amanhã
Do outro dia
Não sei se choro ou se gargalho
Das angústias passadas
E da lucidez que me pertencia
Não sei se tudo isso é verdadeiro
Ou se é mera fantasia
Não sei de muita coisa!
E o porquê da vida não
Valher mais tanto a pena
Não sei se possuo uma resposta certa
Para atenuar este dilema
Não sei onde achar a verossimilhança
Que eu procuro de maneira antagônica
E porque eu não protagonizo a minha
Própria história
olho em torno e enxergo mudanças
Não sei porque me atormentam
Venho buscado-as em abundância
Não sei quem sou
Com tantas inseguranças
Não sei se escuto ou se opino
Se sou parte
Ou se sou sobras
Nesse mar de gente perdida
Que caminha só
só me sinto indecisa
Em qual caminho escolher
Sobre um barco a deriva
De dúvidas contraditórias
Que ao fechar meus olhos
Parecem tão reais
E tão fictícias
Não sei se em um segundo
também cabe o eterno
Se o tempo corre velozmente
E me deixa sem um triz
Não sei como fingir
Nem como ser real
Ou se os laços se desgastam
Porque em tudo há um final
Não sei como me esconder
Das vicissitudes diárias
Que progressivamente criam
Mais indefinições no meu viver
Sei com toda a convicção
Da minha essência
dizer adeus ao meu anoso eu
que está iminente a morrer