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WAMOURA

SONETO DA BOA VIDA

 

Os anos se amontoam na carne

- És ainda jovem, olhos brilhantes!

Mal sabem o que no peito arde

Vendo as horas delirantes!

 

Ali, a árvore permanece firme

Entretanto a vejo em madeira

Com o vernil, e onde se imprime:

Viveu o amante da quimera!

 

Ora, dirás de mim pessimista!

Amante do Amor e não amado...

Digo, porém, que o alquimista

 

Vive do que é inacabado!

Esta velha carne é enriquecida

Com a mistura do calvário!

 

 

WAMOURA