Engenhos da faina,
cobrem o espaço encardido
de roucas vozes do passado.
Espaços semi-abertos,
de terra e sol,
espargem o medo
e procuram suas mãos.
Corrrida de poucos,
com véus acetinados,
cobrindo meia-face
de ansiedade.
O homem caminha
por entre círculos,
que é ele mesmo.
Faz da meia-volta
uma chegada
no seu interior.
Sem chegar,
e se negar a lugar nenhum.
Se procura, não acha,
se não acha, se perde,
e quanto mais afunda,
mais larga fica a distância
entre os frutos amargos de
não ter outro espírito igual
ao seu.
Se faz duelo,
perde por espadas azuladas !
Se faz mais de forte,
vira lâmina de corte!
Se faz ponto
olhando estrelas,
vira corriqueiro.
E fica como
coisas de cristais,
que são reluzentes e
sensíveis apenas
para quem sofre.
Se acorda, padece,
se chora é de romance,
se clama, fenece !
Até ramos empertigados
evitam sua porta.
Se é trigo, é safra perdida,
se é sombra, é fria,
se vêm à noite
todos os fantasmas se reúnem
a sua reza.
É sonho, é dissipação,
mas nunca deixa de
passar a lâmina do adeus
em seu rosto.
E o nascente não entende mais
o poente,
nem as luzes se encaixam.
Se é céu,
dorme com as estrelas.
O escuro e o claro
são complacentes
do medo.
E nesta noite de desdém,
reza baixo e vazio:
o que tem que passar
que passe,
mas nesta caravana
sem amor,
não embarca,
por dever ou obrigação.
Não vou para não perder,
a hora que você chegar
feito criança.
E perguntar:
quantas vidas já viveu,
tão sozinho,
a procura de sua outra
imagem sua,
ainda perdida
no mundo dos aforas?
Lá, onde luz ninguém tem?
E com tantos céus,
quem hoje liga
para o brilho das
estrelas?
E, pelo Mundos Afora,
uma coisa se torna certo,
o único caminho
é sempre partir agora !