Jennifer Karen

Pseudônimo

Me livrei de todos os textos que já escrevi pensando no momento em quem eu era. Pensei que me livraria de todos os pseudônimos. Não me livrei. No fim sempre estiveram dentro de mim. Apenas os transcrevi para o papel. 

Agora esse é mais um que diz. 

Por que minha mente está a todo instante atrás de por ques? Seria tão tedioso eu ser eu? O tédio da existência deu a minha mente válvulas de escape indo em busca de respostas que eu nem sei se existem? Agora, questiono minha existência, talvez se eu não questionasse não me perguntaria tantas coisas. Talvez nem seria eu. Talvez. 

Não sei por onde começar a escrever a história de cada uma das que fui ao decorrer dos anos.. talvez um dia eu conte ou consiga explicar, mas no enquanto parece que perdi cada uma delas, parece alguém a parte, parece outra pessoa que não seja eu mesma. Parece que que eu me perdi no caminho. É como observar pessoas estranhas a sua volta. Esse corpo não reconheço, nem minhas próprias vontades. Eu gosto de tudo, gosto de nada, ou talvez o gostar ou não, já não exista para mim. Tudo me parece um tanto faz. Já não sorrio, já não choro, já não erro, nem faço acertos. Apenas coexisto, como um astronauta perdido flutuando no espaço. E agora intercalo entre a personificação do vulgar, do incerto e sujo, até a divindade de todas as coisas minimamente aceitas. Me pergunto quem sou eu? o vazio dentro de mim ecoa um silêncio ensurdecedor que me faz sentir inexistente. Até os traumas já não me doem, como se eu já não sentisse empatia comigo, as vezes vem em forma de repulsa, negação. Como se odiasse cada parte de mim que me culpa por não fazer nada dentro do mundo, com exceção existir. A única certeza que tenho, mesmo sem saber por quês é que eu existo.