Paulo Luna

Esse poema de vidro

Esse poema de vidro

Que sai pela tarde

Ardendo sem saber

Desdobrando-se

Excedendo

Até que nada mais

Exista

A não ser

Esse pequeno pedaço

De nada

Que flutua

Imitado pela morte

Sem esperança

A não ser

Essa poça de dor

Onde o poema

Se espelha

Se espalha

Se dissolve

Até se tornar

Um grande arremedo

Por onde passam

Os submarinos

Que voam além das fronteiras