Esse poema de vidro
Que sai pela tarde
Ardendo sem saber
Desdobrando-se
Excedendo
Até que nada mais
Exista
A não ser
Esse pequeno pedaço
De nada
Que flutua
Imitado pela morte
Sem esperança
A não ser
Essa poça de dor
Onde o poema
Se espelha
Se espalha
Se dissolve
Até se tornar
Um grande arremedo
Por onde passam
Os submarinos
Que voam além das fronteiras