Sou uma incompetente total. Mas não me importo tanto com isso quanto era no passado. As palavras sempre tentam me salvar, mas no fim sou sempre eu a salvá-las. Não é estranho que as palavras viverão mais do que eu? Do que qualquer um, na verdade…
O Verbo, a Criação, a Verdade. O que há por trás destes pilares? Meu coração recrudesce a cada dia. Não me enxergo mais em mim. Então, o que resta? Mentiras? Sujeitos? Criaturas?
O tempo dilui entre meus dedos e nada consigo fazer, apenas assisto o caldo entornar e esvair-se de todos os lugares. Não sou nada, admito. E quem é algo? Alguém é realmente algo? Às vezes parece que tudo é uma grande brincadeira do Universo, este Deus que tantos amam adorar. Eu não! Eu amo AMAR o Universo. É como se ele fosse real, a única existência real neste mar infinito de ilusões.
Minha mente é marcada pela confusão. Isso já me fez muito mal. Hoje não! Eu gosto de não ter certezas enquanto mergulho o mais fundo nestas águas tempestuosas da vida. Eu gosto de viver, apesar de todas as vezes que penso em morrer.
Creio ser possível esta dicotomia, porque me admito complexa. Me gosto e me odeio. E não me sinto mal por nenhum estado de espírito… Todos são válidos desde que eu não me acomode em nenhum deles. É um perigo ser sempre feliz, assim como é um perigo ser sempre triste.
Tenho desejo de experimentar o que a vida me oferece. Por isso choro e rio com a mesma intensidade de quem está se apaixonando pela primeira vez. Eu tenho o Universo dentro de mim. E ele me ensina a enxergar a existência de uma forma que, sozinha, nunca seria possível...