Amamos o que desejamos,
desejamos o que não temos.
E,quando temos,pouco valorizamos.
Platão foi direto a\' questão,dizendo:
Amar é desejar, é buscar o que falta.
O desejo resume_ se na busca.
A busca do que nos falta.
Essa falta move os mecanismos
de nossa sociedade capitalista.
E, nós,somos uma peça manipulável.
Parece não ter fim nossa lista.
E,quando se consegue algo desejado?
O objeto conseguido é quase banalizado.
Com o tempo perde o brilho idealizado.
No amor isso muito está provado,pois o amor para sempre é aquele não conquistado.
Aristotelis chega e nos diz:
Amor é alegria (\"filia\"),por aquilo que não falta mais.
Então,isso explica seu amor pelo consorte,por sua casa,seu carro,seus filhos ..
É sua reconciliação com o real,
por aquilo que conquistou,
passagem para um estado de potência maior.
É energia,vontade de agir,elan surreal.
Nessa ordem,sua alegria deve bastar_te.
Pois,amor é alegria pelo que não mais te falta. E basta!
E os dois filósofos têm razão em sua sabedoria escolástica.
Maria Dorta 19_10_2022