Jonas Teixeira Nery

Cicatrizes

Minhas cicatrizes nasceram com meu percurso!

Quem não as teve, quem não as tem palpitante?

Somos frágeis ao vento exposto, nessa luta,

mergulhados em emoções pulsantes! Somos!

 

Nada é mais latente que estas incansáveis buscas,

essas perdas e enganos, esses desejos obscuros...

Nossos fragmentos, nossos pequenos cacos...

Essas pequenas cumplicidades e esses tropeços, eis-nos!

 

Agora, nesse espaço emocional, entre armadilhas,

vou verbalizando meus sentimentos, meus desapegos.

Outrora, meus pequenos erros, minhas escolhas

me marcaram, deixando muitas cicatrizes abrasantes.

 

O que mais dizer desses tempos vividos, dessas marcas?

Somos o que somos, cada um com suas escolhas,

cada qual com seus amores e fracassos, seus abismos!

Sim! Cicatrizes são feridas que não curam, são histórias.

 

Histórias acumuladas, vivenciadas continuamente,

deixando marcas e feridas, entre lembranças e ocaso.

Não passa, refugia-se no interior feito ferida incurável...

Cicatrizes são lutas contínuas, uma parte ou ruptura.

 

Amores que perdemos, injustiças, duras feridas,

deixam cicatrizes, traçam caminhos, criam raízes.

Cicatrizes são inesperadas como as chuvas intensas,

causam sensações diferentes. Podem ser ardentes...

  

São marcas do passado gravadas, consumindo

entre lembranças e esperanças, jamais desfeitas.

São como dias frios, nublados, são presentes sempre.

São distintas, espirituais ou corporais. São inesperadas!