Nem ligo se um dia você partir de repente,
Me deixando só, como um dia antes de nos conhecermos.
Na verdade, vai até ser um alívio para minha pessoa,
Abandonar o peso de saber o quanto enigmáticos fomos.
Sua relutância em compreender que já não dava mais,
Me assegurava de que não tinha mais condições.
Seus olhos cintilantes que me prendiam naquela jaula,
Um dia serviram como apoio para minhas emoções...
Agora o uso como castigo — por ter entrado nessa desilusão.
Maldita luz que me cegava, apaixonadamente corrompido,
Eu caio no canto do esquecimento e da emancipação.
Aonde estava com a cabeça, meu gracioso cupido?
Nem ligo se eu passar dias encubado num quarto,
Contando para os pássaros na janela como meu dia foi repulsivo.
Mas seria ignorância da minha parte — porque só de pensar em você,
Meu dia passa a ser ostensivo.