Pedro Castro

O grito da insegurança, do amor e da morte

Não diga mais que me ama,

Pois posso ver em teus olhos,

Que seu amor é tão puro e pleno que eu jamais duvidaria,

Amor, não me ame tanto,

Sei que nossos risos nos tiram a voz,

E o nosso pranto nos dá o grito,

Grito que passa, ecoa, fere e esquece o afeto,

E eu que sempre fui silêncio mudo,

Diante ao seu amor absoluto, canto a você e ao mundo,

Para que nasça cada vez mais novos dias,

Para que eu possa te amar e sentir.

 

 

Diante ao seu amor, que vem como o sol; nasce, vive e brilha,

Eu me ponho a sentir e nunca questionar,

Porém meu bem,

Eu, ser incerto e inconstante,

Quero viver seu amor como se vive a vida,

E para a vida se precisa de respostas, ainda que não hajam dúvidas,

Ainda que a resposta se possa ver com os olhos:

 

 

 

Quando a morte me encontrar,

E eu ainda estiver com peito inundado de sonhos,

Você vai morrer por mim?

Quando o amor secar,

E de nós existir apenas a nostalgia amarela,

Serei para você um como tantos? Ou dos tantos o único que com você foi um?

Quando a noite pintar o céu eternamente,

E já não mais houver luz que ilumine os nossos caminhos,

Ainda seguirá ao meu lado mesmo que o destino seja a sombra daquilo que poderíamos ter sido?

Quando o tempo passar e me tirar a sanidade,

Ainda me amará loucamente ou apenas pela pena que se tem aos loucos?

E se por acaso seu deus e sua esperança se provarem inexistentes,

Para você, será o nosso amor uma verdade perdida ou uma mentira que valeu ser vivida?

 

Mas se acaso eu morrer amor,

Reze por mim,

E para que eu te encontre mais uma vez,

Pois se o sentido da vida é a morte,

O sentido da morte tem de ser o amor….

E quando eu já não mais existir e nem ser,

Você ainda vai me amar?

Se sim, quem?