Jonhmaker

Escrevo das Estrelas...(Starry Night)

Escrevo das Estrelas...(Starry Night)

Rabisco tremores

que não me abalam mais,

Tu sabes que não sou perverso,

Por isso minto para o meu peito,

Que ainda não sabe

a respeito do teu amor suprimido,

Agora desfeito e perdido,

Na compreensão de que nada cabe

Num coração livre demais;

 

Escrevo das estrelas,

Da noite estrelada de Vincent

irradiando meu pensamento,

Pontilhado de centelhas brilhantes;

Olhando daqui, eu te juro,

Se parecem com diamantes

legados do mais puro esmero,

No espaço esvoaçante da minha cabeça.

 

Viajo, então, pelos céus de Chagall,

Onde tudo é passível de sonho,

Como a Briguinha de Músicos

no coreto de Hermeto Paschoal;

Num céu azul escuro em que te quero,

Onde te procuro,

Nas alamedas elaboradas

de nobres lembranças precatadas,

Refeitas com asas,

Que voam misturadas e ensurdecidas

pela \"Entrada da Aldeia\",

Perdidas no volume simétrico,

Das casas pobres do vilarejo,

Pintado por Pissaro;

 

Se elas existem, penso eu,

Também estão pousadas em tua janela,

No beiral de madeira, paradas no nada,

Onde você me esqueceu...

Este é o lugar em que irão crescer;

Não permita que voem

E elas cantarão seu discernimento,

Deixe-as ir e nunca mais pousarão,

Não enquanto eu viver.

Mesmo que estejam livres,

Permanecerão inesgotáveis

no doce aroma do firmamento,

Como um pássaro banal,

Bicando o fruto do seu coração

por um breve momento,

Enraizado na corrente de sua permissão.

 

Eu sou o amor, enquanto pobre;

Tu és o verso,

Das dores desse sentimento incondicional,

Quando me cala entorpecido

Nas cores da sua carência.

Massageio o peito do pé com paciência,

Na indolência tépida da banheira

Com pétalas frívolas de rosas,

Onde perfumes diáfanos trazem a toada

de suas ementas dolorosas,

E de sua voz amada,

Antes que um grito de espanto aconteça,

Quando finalmente o sol aparecer,

Distante de tudo,

Para ser reescrito numa folha vazia,

Reticente e mudo...