DO PORTÃO DA VIDA!
Eu estou sempre aqui
Olhando do portão da vida
Às vezes não vejo nada
Em outras vejo tudo
Vejo vidas secas, atormentadas
Vejo do dia os sois
E as luas das madrugadas.
Vejo folhas amarelas quase queimadas
Vejo flores coloridas
Sorrisos de pétalas orvalhadas.
Vejo vidas que chegam
Mas vejo também as que vão.
Aqui do portão da vida
Vejo a sanha
Das vacas loucas em seus ofícios
De loucura abastecida
De puros vícios
Enclausurada em seus hospícios.
Aqui do portão da vida
Vejo a barganha
Entre revólveres e espadas
Vejo quem perde e vejo quem ganha
Vejo quem chora
E vejo quem rir
Vejo os que partem
E os que não têm para onde ir.
É aqui do portão da vida
Onde vejo os que entram para nunca mais sair.