Ivan

TRAPALHADA

Tudo o que sinto, sinceramente eu vejo.

Tudo o que vejo, sinceramente eu sinto.

Bebo delícias desse prazeroso vinho tinto,

Ébrio sigo pelas estradas atrás do cortejo.

 

Tudo o que sei, deliberadamente não sei.

Deliberadamente não sei tudo o que sei.

Assim eu percebo que mais forte que o rei

São as anedotas imperturbáveis sobre a lei.

 

Tudo o que escrevo, ansiosamente não leio.

Ansiosamente não leio tudo o que escrevo.

Minha inspiração fica prisioneira no trevo...

 

Odeio tudo o que amo, amo tudo o que odeio.

Desastradamente me perco em vis labirintos

E em vis labirintos escrevo poemas extintos!

 

 

DE  Ivan de Oliveira Melo