Tens nos olhos os dias enublados,
E a face serena é de quem sonhas;
Teu sorriso faz lembrar-me enluarados
Os caminhos de ermidas tão tristonhas.
E assim como um lírio pelos prados,
Que padeces onde quer que tu o ponhas...
Vão meus dias sem dores e calados
Na dormência das horas enfadonhas.
E a noite nos meus versos dolorida,
Cantei para dizer-te os tormentos
Que me seguem lentamente nesta ida.
Ai são frias as mãos dessa saudade,
Frias como os alvos florescimentos
Beijando-nos na erma soledade.
Thiago Rodrigues