Talvez eu tenha medo de ficar sozinho
Dando voltas em meu quarto, sem motivo aparente
Cambaleando durante todo o nosso caminho
Como um homem bêbado em uma estrada indiferente
Onde toda essa futilidade já não o agrada
Em papéis encontra motivos para viver
Fecha seus olhos, pois sua visão foi ofuscada
Se deita, buscando conforto no amanhecer
Não busca incomodar, mas bate naquela porta
Porém nenhuma alma salvaria aquele verso
No momento onde ninguém se importa
O homem se sente cada vez mais submerso
Em queda livre, do céu ao seu purgatório
Ali ele tenta se livrar de seus pecados
A vida eterna, sim, soa satisfatório
Agora no ápice, seus poemas foram rasgados
De volta ao meu quarto, onde uma vela o ilumina
Onde as minhas inseguranças viram um só
Um só pensamento, que o homem abomina
As folhas em chamas, aos poucos se tornam pó.