Victor Severo

Ode a todos os Cancrovermes.

Em toda façanha.

O diabo é quem ganha.

O verme, profuso.

Celebra sua sanha.

E cai na artimanha.

O pobre obtuso.

 

Em sua vitória.

Permanente glória

O diabo celebra.

Maldita escória.

Sempre a mesma história

E nunca se quebra.

 

Mil vivas ao mal.

Eterno, imortal.

Que em ti habita.

Pois ele afinal.

É parte essencial.

Que te parasita.

 

E o parasitismo.

Do podre fascismo.

Que te faz tão cretino.

É o fundo do abismo.

Abjeto cinismo.

Lhe sela o destino.

 

Besta irascível.

Não creio ser possível.

Alguém tão pequeno.

Baixíssimo nível.

Imundo, terrível.

Terás teu veneno.

 

Caia na cilada.

Tombe na emboscada.

De tão vil moral.

Foste cooptada.

Seja escravizada.

Por todo esse mal.

 

Viva na maldade.

Na promiscuidade.

Podre e viva chaga

Pusilanimidade.

Pura crueldade.

Que lhe embriaga.

 

Por fim, siga em frente.

Confiante, crente.

Defenda o engano.

Delinqua insistente.

Sorrateiramente.

Verme leviano.

 

Não tenho esperança.

Que alguma mudança.

Irá se operar.

O mal que avança.

Que a tantos alcança.

Jamais morrerá.