O vento frio da manhã já prenuncia.
O quão quente será todo o meu dia.
No deserto do meu velho coração.
Foi-se embora apressado esse vento.
Levantando poeira truculento.
Me deixando a mercê da solidão.
Orgulhoso, vaidoso e insensível.
Sai no mundo a espalhar sempre terrível.
Suas lufadas ardentes ou de frescor.
Vai em busca de outros sofrimentos.
Espalhando o mais vil dos sentimentos.
Hoje há ódio onde antes havia amor.
Vento triste, covarde, trapaceiro.
Me envolveu em teu manto traiçoeiro.
Carregando a minha doce querida
De brisa leve tornou-se redemoinho.
Quando atravessou o meu caminho.
Arrasando para sempre minha vida.
Usurpastes a quem eu tanto amava.
Apagaste a fogueira que queimava.
Eu que tolo um dia em ti confiei.
Nesse luto para sempre te maldigo.
Me enganaste se fingindo amigo.
Me roubando aquela a quem amei.