Boca de fogo
Num festim de iguais em tanto
Eis Tu com os seus impropérios
Coração ardente e flamejante
De quem viveu mais do que os olhos dizem
Jovem em alma
Madura em tempo
Te observo como se fosse cravejada em rubis
Te desejo agora
Não menos que um minuto atrás,
Na mesma intensidade dos amanhãs
Continua vivendo por entre as horas do meu dia
Inseparável clamor da loucura e ardor da consciência
Que te chama quando me chama
E por mais que me diga que não posso
Que não me merece
Que não merece mais amar
Te digo que amar a ti não é um fardo
É uma dádiva saborear as suas complicações
Mastigar seus pecados
Emprestar a minha pele para compartilharmos as cicatrizes.
Seus amores anteriores são seus
Nenhum pouco meus
E se te fizeram ser quem é
Agradeço-os
Não poderia amar outro mulher
Senão essa que é você
Você irá devorar a minha alma?
Blasfêmia
Terá tudo que posso permitir
E quero ser consumida por ti
Da metáfora ao fato
Te quero toda
Quero como nunca antes quis
Para saciar a minha vontade
Te beijar sem medo
Sentir sua boca quente
Aquecida pela ousadia
Provando e bendizendo sua maledicência
O gosto do seu perigo
E indecência