User271828

Discurso ao luar

Nos escuros lábios da noite

Brilhavam na mesma luz

As estrelas guiadas pelo céu.

Nesse retrato celeste,

Dormiam os segredos da mente,

Pensamentos esquecidos no tempo,

Almas perdidas em tantas falas...

Perguntavam para a lua as estrelas

O que seria a loucura afinal?

Mas a lua nada dizia,

Sua face gélida ficava calada,

Parecia conhecer o poder do silêncio.

Então,após o tempo morto de palavras,

Mas tempo esse vivo no olhar,

Inicia-se o discurso no manto estrelado:

\"Cá está o brilho intenso do céu,

Encheu-se de cada olhar um olhar sonhador,

Embebedou-se dos sonhos alheios,

A estrela perdida no escuro vazio.

Ora!É claro que se perguntam!

Que estrela seria essa?

Louca talvez?!Sim!Louca!

Dos olhos que andam por faces distantes,

Não dançava conforme a melodia do luar!

Seu brilho não era morto,antes fosse...

Pelo contrário,brilhava vivo em sua face

Mas não era reflexo da luz comum,

Era vivo,era forte,era intenso,era próprio

Morria em seus sonos profundos

E renascia ao abrir de seus olhos vívidos.

As estrelas,guiadas por reflexos distantes

Condenaram-lhe ao fim de seus brilhos.

Como pode tão jovem estrela estar assim?

Nua no manto estrelado,louca enfim.

Brilhou até seus últimos momentos,

Seus olhares perdidos no tempo,

Dançavam com o passar dos segundos.

Ouvia-se em todos os cantos celestes,

Loucura de estrela!Perdida em si!

Brilhou tanto que se perdeu em seus olhos!

Era viva,era forte,era intensa,era própria

É morta,é fraca,é pouca,é lúcida.\"

Com o encerramento das palavras da lua,

Deitaram-se no escuro vazio,

Dormiriam com a chegada da manhã.