Arlindo Nogueira

ASCENDER A GENTE

Ouço barulho da água

Saltitando na cascata

Um aguçado sentido

Pelo zunido da mata

Paisagem da natureza

Onde a pureza retrata

“Samba de uma nota só”

Que no gogó se desata

 

As luzes do Sol da Lua

Tecem os raios no chão

O clarão fusco sem fim  

O estopim faz explosão

Da nau surfando a onda

Tal sonda na exploração

Há sofisma de voz rouca

Qual boca dum furacão

 

A experiência do passado

Fica devendo ao presente

A consciência é jogo duro

Para um futuro consciente

Mais a mensagem é lutar

Num idealizar diferente

É condição que depende

Da vida ascender a gente

 

Linha do hemisfério sul

Divide ilhas na Oceania

“Ler é um sofrido prazer”

Bloom disse isso um dia

Já há franquia do saber

Ao ler Camões que dizia

“Lá onde a terra se acaba

É onde o mar principia”