aonde foste, Curupira?
puseram-te pra dormir
ou plantaram-te por aí
morto, chicomendeado
no bordo dum seringal?
levanta-te ou ressuscita
por cá se protesta por ti
em grito verde agônico
como mato, muito bicho
não consegue se mexer
e preguiça sem preguiça
vai por fim incandescer
e em tamanha labareda
o boitatá nem vai se ver
então volta meu menino
proteja-nos novamente
reúna o saci e as fadas
e toda a sorte de artistas
repinte a nossa bandeira
ela já teve a cor da mata
mas ora em mão ingrata
que judia e que maltrata
traz o tom da hipocrisia