Vlad Paganini

JANELAS

JANELAS

 

Da janela da lente e da tela

Do meu espaço portátil

Observo teu vazio

De uma felicidade infeliz

De uma busca incessante de um sopro de tédio

De um andar estagnado

Parado empacado desesperado

 

Das tuas janelas tu te perdes nelas

Da tua janela é possível ver o que tem fora dela

De dentro dela tu vê e não quer sair dela

Dá pra contar as estrelas

Tu não te entrega nem por choro e nem vela  

 

Da minha janela te vejo

Da tua existe o teu desejo

Deste mesmo quadro se vê as mais distintas imagens

As tuas sem vida se transformam em dor

As minhas se transformam em esperança em cor

 

Faça das tuas janelas tuas tramelas

Se entregue nas minhas cortinas

Desbanque toda a tua bagunça

Tuas serpentinas

Rasgue teus lençóis

Faça da tua vida e da minha teus caracóis

 

Por tua janela e por minha janela

Preencha tudo que lhe cabe

Da felicidade de quem a busca

Todo amor que por mim aflora

E quanto amor lhe pode caber lá fora

VladPaganini