... poeta do cerrado ... © Luciano Spagnol

Cerrado Goiano

Sob a imensidão do céu de goiás

Cascas grossas e folhas ressequidas

O cerrado aguarda a chuva, fatais

Para despertar as flores adormecidas

 

Sedenta e árida terra, diversa vida

A poeira nodoa os troncos tortuosos

Vem ressurreição da beleza esquecida!

Ora e lamenta os ventos piedosos

 

Gota d’água clama a flora despida

Nos seus cipós todo entrançado

Quer enroupar de penca colorida

Colorir-se do matiz do cerrado

 

Tens beleza desnuda ou vestida

Também tens vida na sua letargia

Ciclo de pura poesia, feliz e doída

Como os ipês floridos, pura magia

 

Com seu manto cinza enfezado

Chora o céu com nuvens de pó

O pôr do sol enfeita o cerrado

Singular, sortindo como ele só

 

Então na sequidão ou no molhado

Aqui no cerrado tem seu encanto

Flores belas ou tronco desfolhado

Opõe a diversidade criando recanto

 

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

16/09/2015, 08’58” - cerrado goiano

 

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