Sob a imensidão do céu de goiás
Cascas grossas e folhas ressequidas
O cerrado aguarda a chuva, fatais
Para despertar as flores adormecidas
Sedenta e árida terra, diversa vida
A poeira nodoa os troncos tortuosos
Vem ressurreição da beleza esquecida!
Ora e lamenta os ventos piedosos
Gota d’água clama a flora despida
Nos seus cipós todo entrançado
Quer enroupar de penca colorida
Colorir-se do matiz do cerrado
Tens beleza desnuda ou vestida
Também tens vida na sua letargia
Ciclo de pura poesia, feliz e doída
Como os ipês floridos, pura magia
Com seu manto cinza enfezado
Chora o céu com nuvens de pó
O pôr do sol enfeita o cerrado
Singular, sortindo como ele só
Então na sequidão ou no molhado
Aqui no cerrado tem seu encanto
Flores belas ou tronco desfolhado
Opõe a diversidade criando recanto
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
16/09/2015, 08’58” - cerrado goiano
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