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PoesiaSilvioFagno

Lucidez

Eu vejo
e sinto
e pressinto,
detalhadamente,
a vida e seus sabores
e dissabores.
Em cores e sons e sentidos.

Recordo e revivo,
com intensidade e nitidez
tudo, ao extremo.

Sinto o Tempo presente no ranger dos ossos
e suor da pele;
No medo do desconhecido;
Na poesia dos gestos simples e nobres do meu filho.

Ouço o som do agora no vento
que me assanha os cabelos e,
neste instante,
ameniza o calor do sol,
em um quase fim de tarde,
de uma quarta-feira qualquer
de novembro.

Tenho anseios presentes
que deuses me antecipam
em pensamentos complexos,
desordenados
que disparam sinais e alarmes de alerta constantes.

Por quê?

A vida me chega em realidade
e sonhos lúcidos:
E é esse o grande desafio;
o grande duelo.
Senão,
o grande mal.