Meu bem, não me julgue
Pois, isso já não me fere
Minha alma já está calejada o suficiente
De tanto apanhar da vida.
Meu bem, tome cuidado
Pois um dia você pode sentir na pele
A dor do preconceito
E da arrogância de quem só pensa em si.
Deus abençoe o meu país,
E nos livre da intolerância.
Respeito e empatia são necessários,
Seja humano pelo menos uma vez.
Largue as armas, lute de forma honesta.
Deixe as mentiras de lado, use o cérebro.
Minhas luvas são feitas da esperança e do amor,
Enquanto as suas são das maldições que sua língua profere.
A cicatriz que carrego é fruto de sua ignorância,
É motivo de orgulho pela minha resistência.
A covardia deles é nosso inferno diário,
Tente entender nossa dor.
Monstros existem e manipulam a mente.
Eu luto contra eles todos os dias
E mesmo que eu caia, me levanto mais forte.
Facas, armas e palavras de ódio não me farão desistir.
A luta continuará amanhã e depois.
Cada um com os seus ideais.
Não nos obrigue a voltar pra trás,
Dê uma chance a nossa geração.
A luta da mulher, do homossexual, do pobre
Não é a mesma luta que a sua.
Não agrida a quem quer um pouco de espaço,
Pois o seu já está garantido.
Não temos controle no voto alheio.
Lute pelo seu, não pelo dos outros.
Você pode amar um e odiar outro,
Mas não somos obrigados a concordar.
Ninguém quer tomar seu lugar, sua casa, sua família.
Garanta o seu cantinho no céu, mas não prejudique nossa luta.
O seu certo pode ser o meu errado,
É assim que a democracia funciona.
Sigo lutando, mas não me deixo ferir.
Porém me magoa te ver atacar meus irmãos.
Meu bem, aproveite a sua vida
Mas não tente mudar a forma como os outros a aproveitam.