Via-te nos olhares taciturnos,
Entre as névoas frias d\'um outono,
Vagando pelos ermos céus noturnos,
Velando as cruzes em perpétuo sono.
Vão meus dias calados e soturnos,
Relembrando as cores d\'um outono,
Diluídas em luares diurnos,
Quando a noite adormecia em seu trono.
Rumorejos de efêmeros destinos,
Que seguiam nas tardes empoeiradas,
Ouvindo dobres de vetustos sinos.
E cítaras do passado e meus ais,
E flores que vagam despedaçadas
Na solidão dos prados sepulcrais.
Thiago Rodrigues