Ernane Bernardo

Outono, Desejo e Alma

 

Outono, Desejo e Alma

 

Divagando fui por aí… 

Sem norte! Sem sorte? 

Por alguns instantes, me vi sucumbir 

Numa noite fria e escassa… 

E na peleja da noite 

Encontrei-te a luzir, não por acaso! 

Os sentidos me fizeram restituir 

E você foi meu alento! 

Sentir tua fragrância 

E seu perfume inconfundível. 

Logo me fez nortear… 

Me senti como um lobo 

Faminto de amor! 

Numa linda noite de lua cheia. 

Minha mente foi delineando seu corpo 

Sentir o cheiro de sua pele dourada 

Sentindo-se assim na alma desejada!

 

Devotos da noite se fez luzir… 

Abraçando a lua cheia 

Contemplamos o duplo desejo 

E num belo e estampado sorriso 

Despiu-se de sua indumentária!

 

Diante das possibilidades… 

Não ponderou o desejo da liberdade. 

Lentamente desencadeou o outono 

Protelando o inverno. 

As alamedas “outonou” o ciclo 

Bem às vésperas do inverno 

À desprender-se 

E as folhas a despedir-se 

Sobre as folhas tons “ferrugens” 

E orvalhos translúcidos vieram a embelezar 

Bem diante do nosso olhar! 

Reencontro em desejo consumado 

Enquanto o outono se despiu da bela arte 

E na pele úmida gotejante 

O último desejo foi beijar-te.

 

_ Ernane Bernardo