Carlos Lucena

ENCANTOS

ENCANTOS

Na minha mente 
As minhas mãos.
Nos meus olhos as lentes cegas do meu coração.
Penso que sou 
uma máquina
Penso que sou  sou a luz escura de um palco, de um altar ou de uma cruz
Uma máscara
Que esconde 
o rosto de um sonho 
Ou a poesia que 
qualquer boca canta.
Vejo a madrugada que qualquer estrela encanta 
E recito as parábolas em versos de um poema medroso que me espanta
Grito as estrofes nervosas de palavras 
que de um poema 
se levanta
Para saudar
Com suave música os poetas que 
fazem da noite
E das estrelas do céu
As pérolas encantadas de um bordel!