INDEFINIÇÃO
Eu sou
o inexplicável de mim
Sou morte e vida
Eu sou assim.
Sou a sombra
do que está claro
E sou a claridade
do escuro que só eu vejo.
Na indefinição do raro
Sou as manobras das línguas e seus beijos.
Não me defino
Na indelicadeza
do transitório
Porém é na transitoriedade
Que o escuro se define
E a alma que
era pura castidade
Em um corpo
Nenhum mistério
ela imprime .
Porque sou alma e corpo
Alma de
transparentes vestes
Corpo vivo de veias
e artérias iminentes
E tenho a alma de
languidez profunda
Que da nudez profana
se reveste.
E eu sou assim
Insano como a insana vida dos mortais
Alma e corpo
cabe dentro de mim
Assim como
o divino cabe
Nas profanações
Das ilusões celestiais.