MANHÃS DE SETEMBRO!
Nas claras
manhãs de setembro
o sol amarelo
dilata as pupilas
que se abrem
para ver o tempo
e o movimento.
Céu azul, quase anil
e brancas nuvens
que circulam infinitamente…
Abre os olhos a cidade
e começa a despertar…
Uma galinha d\'angola
que grita por vinte
Um galo que perdeu a hora
e canta atrasado
Carros apressados
que na pista passam
Ônibus que param
abaixo da minha janela
Um barulho incessante
no ir e vir do caos…
Ávida, espicho o olhar
para ver melhor
as acontecências
Uma mãe que passa
e entra na padaria
Uma criança que ri
a caminho da escola
O ébrio que pede esmola
na esquina da minha rua
Os pedreiros que quebram
de novo, a velha calçada
O vendedor de bilhetes
da loteria e raspadinha
O rapaz do cheiro verde…
Levanto, sacudo o resto
dos sonhos em algum lugar
banho morno e café forte
hora de ir trabalhar.
LEIDE FREITAS
( 15.09.2022 )