Nasce um ser humano
No mundo capitalista
Um pequeno ser
Tão alvo que parece de plástico
Mas tem dedos que se movem
Um coração que palpita
Linhas tênues de veias
Que bombeiam sangue
Pela arquitetura humana
Olhos que fagulham
Imaginam os lucros futuros?
Suas pequenas mãos
Recatadas sem tédios
Quantos gatilhos puxarão
Quantos machados de aço
Essas pequenas mãos
Sustentarão ante a impotência
Das árvores derrubadas?
Quando será
Que esses olhos pequenos
Se tornarão insones
Ruminando a certeza
De que é apenas
Nada mais do que isso
Um ser humano
Destruidor patético
Verme que nem ao menos
Sabe da terra a doçura