Ema Machado

Despertar de hienas

Despertar de hienas

Ema Machado 

 

Guardei minhas lágrimas

Também meu olhar comprido

Comedidas, minhas falas

Aguço os ouvidos…

 

Temo o ar, falta respiro

O respirar, tornou-se comedido

Andar solitário, até prefiro

Que mal acompanhado e perdido

 

Dói perceber,  a fome ronda ao lado

Enquanto hienas riem, pelo farto e bom prato…

O pobre caminha cego, deslocado

Agarra-se a qualquer promessa

Entrega-se por um trocado…

 

Ergo o olhar ao alto

Busco a fé que preciso

Aqui na terra, é moeda de troca 

A muitos, têm enriquecido…

 

Que meu clamor seja ouvido…