Traga-me de volta
Como um rio impossível
Pranto de uma revolta
Na contracorrente irascível
Da jornada pesada, leve-me a lágrima
Um escrito, um recado
Lágrima recaída,
Pranto no papel lançado
Em garrafa de um náufrago, a lástima
Um resquício de um trago
Lástima ressaída,
Canto destonado, desolado
Lance-se em bóia ao desaguado
Acolha-me em céu de paraquedas
Ressuscite-me ao futuro que medra
Na angústia que o passado encerra
Como um rio impossível
Pranto de uma revolta
Na contracorrente irascível
Traga-me de volta