Recorda os poentes derradeiros,
Que jazem pelas tardes solitárias,
Minh\'alma que trazes de outrora as árias,
O cântico dos ventos passageiros.
São aves noturnais de cores várias,
Voando sobre lívidos canteiros,
Nuances do luar pelos outeiros,
E canto de vozes imaginárias.
Pousa em ti a sombra das noites calmas,
Ó alma que relembra de outras almas,
Tão fundos são teus olhos e desertos...
Que lembram-me nas ermas madrugadas,
As folhas pelo vento carregadas,
E túmulos de flores encobertos.
Thiago Rodrigues