Veio-me as lembranças enluaradas,
Ouvindo o som das gotas sonolentas,
Ó sonhos que colhi nessas estradas,
Vagando pelas sendas nevoentas.
Tantas mágoas na alma desfolhadas,
Aos pesares de quem já não lamentas,
E lembrando das noites consteladas,
Fui andando pelas trilhas lutulentas.
Era tu que via em sonhos no outeiro,
Tremulando os teus olhos fulgurantes
Como luzes de um poente derradeiro...
Olhei-te e juntos fomos pelos ermos,
Ainda vivos sentindo palpitantes
Os nossos velhos corações enfermos.
Thiago Rodrigues