Carlos Lucena

EPILOGO

EPÍLOGO

Eu não preciso mais do seu abraço.
Eu agora não tenho mais sangue nem volúpia. 
Até às flores que  me dão 
São desnecessárias
Eu nem sinto mais 
o perfume que elas exalam.
Suas lágrimas
São inevitáveis
Mas elas 
não devem ser diárias
Nem constantes 
Eu não escutarei 
mais o seu choro.
Não relembre 
os meus feitos
Eles deixaram de existir
Foram todos apagados
E consumidos.
Até eu 
me esqueci de mim.
Não precisa lápide 
Nem frases feitas
Elas são apenas textos.
Não me celebre
Não chame 
pelo meu nome
Nem vá 
ao meu encontro
Já não sou
Já não existo
E não me procure 
onde não estou
Fui apenas algo 
que passou!