Thiago R

Dos ermos surges pálida seguindo...

Dos ermos surges pálida seguindo,

Nos místicos silêncios nevoados,

Os lúgubres olhares desolados,

Que olham-te co\'as mágoas lhe ferindo. 

 

São vozes de poentes sepultados,

Na lápide de outrora ressurgindo,

As pétalas frementes encobrindo 

Ao cântico dos ventos magoados. 

 

Silentes como brumas passageiras,

Que andam na luz dos astros como freiras,

As horas enubladas em que sofres...

 

Tu sente-lhes ferindo-te o peito,

Num canto solitário do teu leito,

Velando-te à noite enquanto dormes.

 

Thiago Rodrigues