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Zato

Ergui minha própria prisão (Soneto)

O que são as sombras quando estas iluminam mentes?

Na irrelevância da adaptação em combustão

O mundo nos obriga a vender a alma na escuridão

Sem sorrisos feitos de façanhas e nem de dentes

 

Se no medo eu fiz a minha casa mal-assombrada

Sem reflexos nos espelhos de bordas quebradas

O som que eu sempre ouvi em meus pesares

Era o que me conduzia para todos os lugares

 

A isca era ontem o que eu sou hoje e agora

Rasgando palavras em mar aberto

Pesco em ilhas que se formam mar à fora

 

Sentindo o frio indiferente do mundo e descoberto

Vejo-me em lúcidos sonhos perdidos e descarrilhados

Em conjunto com os outros presos e escravizados...

 

(Guilherme Henrique)