Sandro Paschoal Nogueira

O VOO DA MARIPOSA

#O #VOO DA #MARIPOSA 

Ardendo por arder em viva chama...
Sinto, suspiro, choro, colho o  pranto...

De inocente olhar, puro e perverso...
Envolto em mistério nevoento…

A mariposa 
Soberba...
Confiada...
Bela...
Subiu ao sol...
Cobriu o dia...
Em revoada...

Invadiu a vila...
Sendo desfeita e castigada...
Pela inveja fera de gente má e malograda...

E a multidão dissimulada...
Vivendo tal qual serpente enrolada...
Não lhe deu trégua...
Vomitou ódio pela bocarra... 

Tentou compreender a angustiante desgraça...
De ser bela e tão odiada...
Não conseguiu...
E  sem entender partiu...

Por mais que eu mesmo conhecesse o dano...
Também ocultei-me em meu abandono...

Foi tudo uma surpresa... Tudo de repente...
Toda a minha alma naquele momento indiferente…

Hoje...
Diante alucinações de um vinho triste…
Pesadelo hediondo me assombra...
Em tê-la visto perder-se na estrada...

A manhã nasce em muitas janelas...
Quem sabe...
Um dia...
Eu tenha o perdão dela...

Paschoal Nogueira 

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