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Jessé Ojuara

Praga

Mandam orar e vigiar
Sempre muito penitente
E também obediente
Mas quero desabafar
E vou mandar se lascar
Aqui se faz e se paga
É a minha nova saga
Chega de ficar aflito
Entendam: não sou Egito
Para aturar tanta praga

Me enganaram com mentira
Político é bicho mau
Tremendo cara de pau
Fere mais que macambira
Troça rico e caipira
E fere como uma adaga
É uma nefasta chaga
Neles eu não acredito
Entendam: não sou Egito
Para aturar tanta praga

Eu não quero suportar 
Tudo que está sendo imposto 
Tá me parecendo encosto
Não me obrigue a aturar
O que só faz desgastar.
A desgraça se propaga
Toda nossa paz estraga
Será que estava escrito?
Entendam: Não sou Egito
Para aturar tanta praga

Infestaram a política
Com rãs, piolhos e moscas
Tratam das formas mais toscas
A situação é crítica
Faço analogia mítica
Pra falar da grande draga
É onde o povo naufraga
Nesse flagelo maldito 
Entendam: Não sou Egito
Para aturar tanta praga

Nós vamos mudar o enredo
Expulsar esses malditos
Os vermes serão proscritos
Já acabou o meu medo
Foi revelado o segredo
Todo passado se apaga
O povo ocupa essa vaga
Não precisamos de mito
Entendam: não sou Egito
Para aturar tanta praga.

M&G 1,2e5: Jessé Ojuara 
GLOSAS 3a4: V.L.