Tenho sonhos fragmentados, imprecisos,
entre noite de insônias e fantasmas.
Nesses sonhos, muitos sonhos,
revendo a vida, espreitando tantos sonhos.
Minhas palavras compõem meus silêncios.
Penso, reflito, recomponho-me. Isso me basta!
Pensar, sonhar, desfazer-me dessas amarras.
Só me resta o tempo que me cabe, nada mais!
Nas minhas poesias ficam um pouco de mim.
Minhas indagações, meus sonhos, incertezas,
tantas palavras colidas ao vento, tantos versos,
buscando rima, aliviando-me dessas fraturas.
Tantas páginas, tantos fragmentos, tantos sonhos.
Assim é a vida nessas páginas do tempo.
Tempo que nos aniquila, nos ensina,
provocando inquietações, espreitando-nos.
Assim minhas noites, entre desejos e sonhos,
entre lembranças, entre tristezas e espantos.
Noites longas entremeadas de cicatrizes,
tecendo tréguas, amanhecendo entre carências...
Só resta os sonhos entre paredes, nesse ocaso.
Esses labirintos, esse barco à deriva, esses sonhos.
Nunca mais aqueles tempos de promessas e encantos.
Só essa vida, essas noites, esses sonhos, essa paisagem.