Ashira Saiko

Asas

No fundo do poço a observar 
As estrias das paredes sangrar
Ruídos de demônios a espreitar 
A morte nos cantos se arrastar 

As trevas me abraçar
O silêncio profundo me atravessar
Meus pés na lama atolar 
O peso do mundo me esmagar

A dor visceral me calar
A maldição me condenar
O ódio meu coração pulsar
Como Antolhos a me cegar

O cansaço fez meu corpo se inclinar 
Meus joelhos se dobrar 
Minhas mãos no barro penetrar
Uma voz ao longe a sussurrar 

\"Bem vinda ao fundo do poço milenar 
Daqui não vais mais afundar 
Só tem um jeito de se salvar 
É para cima escalar.\" 

Levei para cima meu olhar 
Através da tampa vi o luar 
Quando o medo parei de escutar 
Descobri que tinha asas e sabia voar.

 

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