Onurb

Ele: buraco negro, Ela: Buraco Branco

Ele, um vazio; Gélido, Tácito, Solitário, o nada.
Ele Absorve, indiferente do que seja, luz ou trevas, material ou abstrato, real ou ilusório, bem ou mal. Absorve e retém, retém por medo, por obrigação ou desejo, retém por natureza, retém pois é o que ele faz, o que sempre fez

Ela, o oposto, A luz, o Calor e energia, a soma, a vida, o Tudo
Ela gera, espalha, cria indiferente do que seja, Luz e Calor, Verdade e Realidade, Essência e fantasia, caos e ordem, entropia ou sintropia. Ela é assim, sem dúvidas, sem questionar, apenas é o que é.

Ele Se alimenta, Rouba, Seduz e Destrói
Ela Compartilha, Distribui e Constrói

Ele Aceita sua natureza e se apega sem deixar partir
Ela Se doa para Vê-lo Sorrir

Ele é grato pelo Presente Recebido, mas não sabe expressar.
Ela é grata por compartilhar e não sabe recusar.

Onde havia vazio já não há.
De um lado tudo e fornecido, de outro lado tudo é absorvido.
Eles dançam, uma dança eterna, colossal, utópica.
Suas Gravidades os Atraem, Gravidade inevitável, incontrolável e inaceitável.

Ele gira, se aproxima, seduz e deseja, gira em um eixo infinito, ele usa a gravidade dela, a gravidade que é tão forte que ignora e distorce o espaço, o tempo.
Tempo.. AH o tempo, o tempo não passa, o tempo já passou.
Ela nem viu, o tempo se esgotou, Ele girou, ela tentou, Ele forçou, Ela o Abraçou.
O Abraço foi intenso, e Causou Destruição, São duas forças opostas que não foram criadas para essa situação.
Gera-se o caos, um Lapso de ações que não estavam descritas e destinadas, algo não previsto. Algo capaz de romper as Leis da física, as Leis da Vida, A leis criadas.

Criadas. Mas quem criou? Criadas por que?
Não há tempo pra perguntas. Não há tempo algum

Reações Físicas saíram do controle,
Corpos Físicos assumem o Controle.
Ela tem o Controle, Ele oferece o Controle.
O calor gerado já passa da escala que pode ser compreendia, o Horizonte de eventos de ambos agora está interligado, o Giro continua, em uma velocidade que quebra toda e qualquer parede de entendimento. Velocidade que perde o sentido já que o tempo não tem efeito. O Tempo é o efeito, e juntos tudo teve efeito, tudo que tinha que ser feito.

A dança continua, Ela nunca se sentiu assim, Ela nunca se Sentiu, Ela nunca sentiu.
Ele Sabe, Sabe que sua natureza é destrutiva, Sabe que vai suga-la, ele já está sugando, ele adora a sensação, mas ele odeia a consequência, mais um pouco de tempo e ela deixará de existir e fara parte dele, absorvida por ele, incrementada nele, se tornará ele.
Sensação? Mais uma parede quebrada, Se permitiu Sentir, se permitiu.

Ele se dá conta, Sentiu, agora que sente, sente muito, lamenta, não quer vela partir, não quer abrir mão da dança mas sabe que é necessário. Agora quer voltar no tempo.

Que tempo? O tempo em que não existia motivo para haver tempo, Um tempo bom.
Onde não existia vontade, desejo ou sentido
Onde tudo que havia era sua natureza inquestionável, incontestável e Pura.
O tempo não volta, o Tempo não mais existe, não ali. Está feito e é irreversível.

Silencio, Trevas, Quietude, Lamento, Lagrimas e Revolta.
Ela se Foi, faz parte dele, ele sabe, ela sabe.

Silencio, o tempo voltou, o Nada voltou, o Vazio Se repete e Ecoa.
A semente não mais cresce, A vida não mais flui.

Apenas Ele, Apenas Ela, Apenas os dois que não são mais dois, Apenas um que são dois.