//meuladopoetico.com/

Victor Severo

Nobre Doutor.

De nariz empinado.

Posas de superior.

Terno fino, bem cortado.

E esse anel de doutor.

Tão limpo e perfumado.

Tão insigne doutor.

Vulto culto e letrado.

Diria até sedutor.

És sepulcro caiado.

De pútrido interior.

No fundo és um falsário.

Que julgando com vigor.

Se apropria do erário.

Enganando teu credor.

Recebes teus honorários.

Hábil manipulador.

Ladrão bem apessoado.

Fidalgo usurpador.

Mais que cara feia!

Por que, nobre doutor?

Se a dor alheia.

Não é a tua dor?

Enfim caístes na teia.

Que orgulhoso tramou.

Transformou-se  em areia.

Todo o ouro que roubou.

Apodreça no inferno.

Pois o justíssimo Averno.

Foi tudo o que te sobrou.